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Trust - Perigo Online (PT) Confiar (BR) |
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![]() EnredoAnnie Cameron (Liana Liberato) é uma garota de 14 anos que vive com os pais Will (Clive Owen) e Lynn (Catherine Keener) e seu irmão Peter (Spencer Curnutt) e Kate (Aislinn DeButch) no subúrbio de Chicago. Em seu aniversário, Annie - que tem uma relação saudável com a família - ganha de presente um MacBook. Ao entrar em uma sala de bate-papo, conhece um garoto chamado Charlie (Chris Henry Coffey) e rapidamente envolve-se virtualmente com ele. Após alguns meses conversando - e de ser bastante grata por Charlie ter lhe dado conselhos que a fizeram entrar para o time de vôlei na escola - Charlie diz não ter 16 anos, mas sim 20. Annie lida com isso e eles continuam conversando, até que Charlie, novamente, a surpreende e revela ter 25 anos de idade. Annie, que conversa dia e noite por telefone e computador com Charlie, se de que a idade não importa e que eles estão apaixonados. Após marcar um encontro às escondidas com Charlie, Annie descobre que ele é um sujeito de, no mínimo, 35 anos. Por amá-lo, Annie aceita dar um passeio pelo shopping com Charlie e, quando ela entra no carro, ele lhe passa uma sacola de compras que contém uma lingerie. Annie aceita experimentar e vai para o motel com ele. Charlie tira a virgindade de Annie - inicialmente contra sua vontade - e confidencia o fato apenas à sua amiga Brittany (Zoe Levin).Alguns dias se passam e Annie fica cada vez mais deprimida ao perceber que Charlie não responde suas mensagens. Brittany fica preocupada e diz o que aconteceu à conselheira da escola, que imediatamente chama a polícia e a leva ao hospital para coletar provas do estupro. Ao juntarem o caso de mais três garotas que tiveram o mesmo destino que Annie pelo mesmo homem, iniciam uma investigação do FBI. Seus pais pedem sua ajuda para que consigam achar e prender Charlie - que vive em um estado diferente - e Annie aceita, apesar de dizer que não foi estupro e que ela permitiu isso. Annie liga para Charlie e ele, meio desconfiado, pega o número de telefone de Lynn - a mãe de Annie - em seu site - já que ela é corretora - e liga bem na hora em que ela está ao lado de Annie enquanto eles estão tentando rastrear a ligação e Annie ter dito que seus pais não estavam em casa. Charlie nunca mais entra em contato. Annie começa a frequentar uma terapeuta, a Gail Friedman (Viola Davis) e, mesmo depois de um tempo, vê sua família arruinada. Seu pai fica obcecado em achar Charlie até quase ir a loucura e seu desempenho no trabalho começa a ficar realmente ruim porque ele não consegue parar de pensar na filha, e sua mãe está triste na maior parte do tempo. Annie finalmente admite ter sido estuprada quando, aos poucos, percebe a verdade. No jogo de vôlei de Annie, seus pais comparecem e Will reconhece um homem que viu nas fotos de estupradores da redondeza e, como ele acha poder ser Charlie e percebe o homem tirando fotos das garotas na quadra, derruba o sujeito e bate nele, até que ele descobre que, na verdade, o suposto Charlie estava só tirando fotos de sua filha, que também faz parte do time de vôlei. Annie briga e se afasta mais ainda de seu pai após o ocorrido e parece chegar ao limite quando, além do bullying que sofre na escola por todos saberem o que aconteceu, encontra uma montagem de mau gosto onde dizem que ela gostou de ter sido estuprada. Annie chega em casa e toma inúmeros comprimidos e fica na banheira até fazer efeito. Will, que estava em casa e não viu a filha chegar, corre para o banheiro e arromba a porta após receber o telefonema de sua esposa dizendo para checar se era verdade o que todos estavam dizendo - que Annie havia se despedido virtualmente, dizendo que ia cometer suicídio etc. Will salva Annie e convida Brittany - que volta a ser a melhor amiga de Annie - para passar a noite e fazer alguma companhia à amiga. Na manhã seguinte, Annie perdoa seu pai pelo seu comportamento e eles, aos poucos, voltam a ser a família feliz que sempre foram. Junto ao irmão Peter, que vem da faculdade e faz algumas visitas. Na cena final dos créditos, com Charlie - que, na verdade, se chama Graham Weston - não sendo pego, descobrimos que ele é um homem comum, vivendo em uma família comum e com um trabalho de professor. |
sexta-feira, 26 de junho de 2015
Os perigos das redes sociais - Filme: Confiar.
Falsos perfis nas redes sociais são perigo para jovens.
Falsos perfis nas redes sociais são perigo para jovens
O contacto com perfis falsos em redes sociais, criados com objetivos
quase sempre sexuais, é dos maiores riscos que os jovens correm na
internet, alerta Tito Morais, que há 10 anos trabalha na segurança
"online" de jovens.
Tito
Morais é o responsável pelo projeto MiudosSegurosNa.Net há mais de uma
década e participou em muitas dezenas de ações de formação e palestras
sobre o tema, junto de jovens e de pais. Hoje, em declarações à agência
Lusa, não tem dúvidas de que há casos dramáticos a desenrolarem-se todos
os dias.
"Tudo o que implica risco é sintomático as pessoas acharem que só acontece aos outros", diz, acrescentando no entanto que todas as pessoas têm fragilidades e que há sempre alguém que sabe como as explorar.
Quando vai a uma escola "é raro que não haja um aluno, um professor ou um pai com uma história para contar". Tito Morais conta algumas dramáticas, como a de uma menina de 13 anos aliciada por um suposto jovem de igual idade e que era afinal um homem de 50 anos, ou de um recente pedido de ajuda de uma pessoa que teve durante dois anos um "relacionamento" com alguém que não existia.
"As pessoas têm tendência para pensar que o problema da internet é técnico mas é fundamentalmente de pessoas, passa muito pela manipulação psicológica", diz Tito Morais, que com o trabalho de uma década garante ser o aliciamento sexual a maior preocupação dos pais.
Mas são os pais que muitas vezes se alheiam do que os filhos fazem na internet, e são também os pais que criam perfis dos filhos com menos de 10 anos na página Facebook (rede social), mentindo na idade (por ser para maiores de 13). "Arriscaria que 80 por cento dos jovens de 8, 9 ou 10 anos tenha conta no Facebook", diz.
Tito Morais estranha ainda que muitos pais desconheçam que há ferramentas na internet para maior segurança sobre o que as crianças conseguem ver, e lembra que os perigos estão também noutras plataformas, como os telemóveis e os "tablets" e respetivas aplicações.
A sensibilização, como faz o MiudosSegurosNa.Net, tem de ser contínua, afiança Tito Morais, que tem mais de 100 pedidos para ações de sensibilização, a maior parte em escolas, mas não tem meios para os satisfazer.
Por isso iniciou esta semana na página da internet, e durante dois meses, um projeto de "crowdfunding" (obtenção de dinheiro para iniciativas de interesse público). Tito Morais quer angariar pelo menos 2500 euros, que financiariam uma dúzia de ações de formação em escolas do país. Até hoje, disse à Lusa, apenas recebeu 200 euros de contribuições.
O projeto MiudosSegurosNa.Net começou em março de 2003 e diz ser hoje uma das iniciativas de segurança online de crianças e jovens de maior alcance a nível europeu (o quinto mais falado).
E trabalho não falta, diz Tito Morais. Porque há sempre uma menina "que quer ser modelo" ou um menino "que quer ser futebolista", e um perfil falso numa rede social à espera deles.
"Tudo o que implica risco é sintomático as pessoas acharem que só acontece aos outros", diz, acrescentando no entanto que todas as pessoas têm fragilidades e que há sempre alguém que sabe como as explorar.
Quando vai a uma escola "é raro que não haja um aluno, um professor ou um pai com uma história para contar". Tito Morais conta algumas dramáticas, como a de uma menina de 13 anos aliciada por um suposto jovem de igual idade e que era afinal um homem de 50 anos, ou de um recente pedido de ajuda de uma pessoa que teve durante dois anos um "relacionamento" com alguém que não existia.
"As pessoas têm tendência para pensar que o problema da internet é técnico mas é fundamentalmente de pessoas, passa muito pela manipulação psicológica", diz Tito Morais, que com o trabalho de uma década garante ser o aliciamento sexual a maior preocupação dos pais.
Mas são os pais que muitas vezes se alheiam do que os filhos fazem na internet, e são também os pais que criam perfis dos filhos com menos de 10 anos na página Facebook (rede social), mentindo na idade (por ser para maiores de 13). "Arriscaria que 80 por cento dos jovens de 8, 9 ou 10 anos tenha conta no Facebook", diz.
Tito Morais estranha ainda que muitos pais desconheçam que há ferramentas na internet para maior segurança sobre o que as crianças conseguem ver, e lembra que os perigos estão também noutras plataformas, como os telemóveis e os "tablets" e respetivas aplicações.
A sensibilização, como faz o MiudosSegurosNa.Net, tem de ser contínua, afiança Tito Morais, que tem mais de 100 pedidos para ações de sensibilização, a maior parte em escolas, mas não tem meios para os satisfazer.
Por isso iniciou esta semana na página da internet, e durante dois meses, um projeto de "crowdfunding" (obtenção de dinheiro para iniciativas de interesse público). Tito Morais quer angariar pelo menos 2500 euros, que financiariam uma dúzia de ações de formação em escolas do país. Até hoje, disse à Lusa, apenas recebeu 200 euros de contribuições.
O projeto MiudosSegurosNa.Net começou em março de 2003 e diz ser hoje uma das iniciativas de segurança online de crianças e jovens de maior alcance a nível europeu (o quinto mais falado).
E trabalho não falta, diz Tito Morais. Porque há sempre uma menina "que quer ser modelo" ou um menino "que quer ser futebolista", e um perfil falso numa rede social à espera deles.
domingo, 31 de maio de 2015
Atividade - Trazer poemas de autores conhecidos e produção de poemas autorais.
Galerinha, quem já entregou leu os poemas de autores conhecidos da poesia nacional e mundial agora tem um outro desafio.
Criar poemas. Vamos soltar a imaginação e tentar produzir alguns poemas?
Aguardo vocês em sala para trocarmos ideias e com os poemas que vocês produziram.
Criar poemas. Vamos soltar a imaginação e tentar produzir alguns poemas?
Aguardo vocês em sala para trocarmos ideias e com os poemas que vocês produziram.
segunda-feira, 25 de maio de 2015
Texto 2 - Cultura de Arnaldo Antunes.
O girino é o peixinho do sapo
O silêncio é o começo do papo
O bigode é a antena do gato
Ocavalo é pasto do carrapato
O silêncio é o começo do papo
O bigode é a antena do gato
O
O cabrito é o cordeiro da cabra
O pecoço é a barriga da cobra
O leitão é um porquinho mais novo
A galinha é um pouquinho do ovo
O pecoço é a barriga da cobra
O leitão é um porquinho mais novo
A galinha é um pouquinho do ovo
O desejo é o começo do corpo
Engordar é a tarefa do porco
A cegonha é a girafa do ganso
O cachorro é um lobo mais manso
Engordar é a tarefa do porco
A cegonha é a girafa do ganso
O cachorro é um lobo mais manso
O escuro é a metade da zebra
As raízes são as veias da seiva
O camelo é um cavalo sem sede
Tartaruga por dentro é parede
As raízes são as veias da seiva
O camelo é um cavalo sem sede
Tartaruga por dentro é parede
O potrinho é o bezerro da égua
A batalha é o começo da trégua
Papagaio é um dragão miniatura
Bactérias num meio é cultura
A batalha é o começo da trégua
Papagaio é um dragão miniatura
Bactérias num meio é cultura
Link para o vídeo.
https://www.youtube.com/watch?v=Aguu_QzCQy8&hd=1
1)Qual dos enunciados abaixo parece ser o "esqueleto", isto é, a estrutura de todos os versos? Copie a alternativa correta no caderno.
a) isso e aquilo são;
b) ou isso ou aquilo;
c) isso é aquilo.
2) Observe essa definição tirada da biologia:
O girino é o peixinho do sapo.
O que há de comum entre essa definição e os versos?
3) As definições presentes nos versos são as conhecidas e esperadas pelo conhecimento médio, comum à maior parte das pessoas? Por quê?
4) Qual verso você acha que permitiria imaginar uma cena bem interessante? Por quê?
5) Um dos sentidos da cultura é ter conhecimento acumulado pela humanidade e aprendido principalmente por meio da escola. A canção se compromete com essa transmissão ou a renova? Por quê?
Responda todas em seu caderno.
Deveres:
Em sala foi pedido para levar na próxima aula poemas de autores consagrados ou não, e inclusive quem quiser pode levar poemas autorais para compor um varal literário.
domingo, 10 de maio de 2015
2º Trimestre - Texto 1 - Entre leitores e leituras: práticas de leitura. - Lenda do Pégaso - Moraes Moreira.
Lenda do Pégaso
Moraes Moreira
Era uma vez, vejam vocês, um passarinho feio
Que não sabia o que era, nem de onde veio
Então vivia, vivia a sonhar em ser o que não era
Voando, voando com as asas, asas da quimera
Que não sabia o que era, nem de onde veio
Então vivia, vivia a sonhar em ser o que não era
Voando, voando com as asas, asas da quimera
Sonhava ser uma gaivota porque ela é linda e todo mundo nota
E naquela de pretensão queria ser um gavião
E quando estava feliz, feliz, ser a misteriosa perdiz
E vejam, então, que vergonha quando quis ser a sagrada cegonha
E naquela de pretensão queria ser um gavião
E quando estava feliz, feliz, ser a misteriosa perdiz
E vejam, então, que vergonha quando quis ser a sagrada cegonha
E com a vontade esparsa sonhava ser uma linda garça
E num instante de desengano queria apenas ser um tucano
E foi aquele, aquele ti-ti-ti quando quis ser um colibri
Por isso lhe pisaram o calo e aí então cantou de galo
E num instante de desengano queria apenas ser um tucano
E foi aquele, aquele ti-ti-ti quando quis ser um colibri
Por isso lhe pisaram o calo e aí então cantou de galo
Sonhava com a casa de barro, a do joão-de-barro, e ficavatriste
Tão triste assim como tu, querendo ser o sinistro urubu
E quando queria causar estorvo então imitava o sombrio corvo
E até hoje ainda se discute se é mesmo verdade que virou abutre
Tão triste assim como tu, querendo ser o sinistro urubu
E quando queria causar estorvo então imitava o sombrio corvo
E até hoje ainda se discute se é mesmo verdade que virou abutre
E quando já estava querendo aquela paz dos sabiás
Cansado de viver na sombra, voar, revoar feito a linda pomba
E ao sentir a falta de um grande carinho então cantava feito umcanarinho
E assim o passarinho feio quis ser até pombo-correio
Cansado de viver na sombra, voar, revoar feito a linda pomba
E ao sentir a falta de um grande carinho então cantava feito umcanarinho
E assim o passarinho feio quis ser até pombo-correio
Aí então Deus chegou e disse: Pegue as mágoas
Pegue as mágoas e apague-as, tenha o orgulho das águias
Deus disse ainda: é tudo azul, e o passarinho feio
Virou o cavalo voador, esse tal de Pégaso
Pegue as mágoas e apague-as, tenha o orgulho das águias
Deus disse ainda: é tudo azul, e o passarinho feio
Virou o cavalo voador, esse tal de Pégaso
Pégaso (11x)
Pega o Azul
Pega o Azul
https://www.youtube.com/watch?v=J-CbW7OO-H4

Pégaso
Na mitologia grega, Pégaso era um cavalo alado nascido do sangue da medusa. Atena domesticou-o e ofereceu- o ao arqueiro Belerofonte que tentou usá-lo para aproximar-se do Olimpo. Zeus fez com que Pégaso derrubasse seus cavaleiro, que morreu. Transformado em constelação, o cavalo passou desde então ao serviço do rei do Olimpo. Com um de seus coices, fez nascer a fonte de Hipocrene, que se acreditava ser a fonte de inspiração dos poetas.
Químera
Na mitologia grega. Quimera era um fabuloso monstro com cabeça de leão, torso de cabra e cauda de dragão e que soltava fogo pela boca. sua representação plástica na arte cristã medieval era um símbolo do mal, mas, com o passar do tempo, passou a ser chamada de quimera a todo monstro fantástico empregado na decoração arquitetônica. Hoje o nosso português, a palavra quimera significa produto da imaginação, fantasia, utopia, sonho.
Exercícios.
1) em qeu história da literatura infantil a canção se baseia para narrar a origem do Pégaso?
2) Com base no segundo texto, a letra da canção recria ou conta a história da mitologia grega? Por quê?
3) O passarinho feio gostava de ser vários pássaros.
a) o que isso pode revelar sobre ele?
b) o que dá para saber sobre a escolha de cada pássaro?
c) As rimas ajudam a pensar a questão anterior? Por quê? Dê um exemplo.
4) A reprodução de um origami ilustra o texto.
a) o que você achou dela?
b) Vocêsabe que tradução cultural ela pertence?
c) A letra da canção e o origami foram feitos com finalidades semelhantes? Por quê?
terça-feira, 14 de abril de 2015
Avaliações
Galerinha,
Sobre as avaliações dos livros que conversamos em sala.
São duas atividades avaliativas (leiam com atenção)
7F1
1- Prazo máximo dia 28/04 (atividade em grupo)
Vocês devem apresentar nesse dia um das opções abaixo:
Representação teatral de uma cena ou cenas contemplando o livro. (duração de 10 minutos)
Para isso, vocês precisam definir funções, ou seja, precisam de um diretor, de atores, de quem cuide do som, dos slides, da maquiagem e do figurino, todos devem ter uma função específica.
Lembram do teatro do Chapeuzinho vermelho e das mil e uma noites? Mesmo formato! Tá facil!
Apresentação: Nesse caso vocês podem apresentar um power point ou similar para ser explicado para a turma, o prazo é de aproximadamente 5 entre 10 miutos. Sejam claros e objetivos, escolham quem vai apresentar, quem vai fazer os slides, se quiserem podem inserir música de fundo e pequenos vídeos de 1 ou 2 minutos para representar os personagens, ou um bate papo informal sobre o livro tipo aqueles vídeos de youtube das pessoas comentando o livro, imagens ou fotos também caracterizando, tragam informações sobre o livro, o autor e personagens, lembrando que vocês sabem apresentar recomendar o livro pois fizemos isso em sala. Tragam em pen drive.
Vídeos - O vídeo deverá estar em pen drive e deve ser o máximo auto explicativo com abertura legendas com o nome dos participantes e suas funções, vocÊs podem representar no vídeo ou ensaiar um bate papo informal entre vocês, ou ainda naquele estilo youtube de comentar os livros. Dei algumas ideias na sala paa vocês.
A ordem da apresentação é: representação, apresentação e vídeo. O vídeo obrigatoriamente deve estar em pen drive pois precisarei levar caso não haja tempo para exibição na sala.
O prazo final da leitura do s livros ficou dia 15/04.
Lembrem-se que a atividade vale nota, e que já fizemos: leitura em sala, atividade do blog, cartazes e exercícios do blog que devem estar no caderno de vocês, não em folha separada e nem mesmo me entregar. Pois passarei para ver se fizeram. Quem postou no blog não precisa pois tenho registrado tudo isso lá. Agora quem deixou de fazer alguma atividade deve começar a fazer antes da nota.
As datas:
7F1 apresentação dia 28/04
2 - Atividade do livro (individual)
Os livros:
Diário ao contrário
Memórias de um fantasma canhoto
Romeu e Julieta.com.br
Todos os livros possuem uma ficha de leitura que vocês devem preencher e entregar individualemnte para o professor até o dia 28/04
Agora vamos as perguntas
Professor eu não tenho o livro?
Deveria ter pois como você vai fazer o primeiro trabalho lá acima.
Caso não tenhas estás em um grupo tire cópia do seu colega das perguntas e preenchas as respostas individualmente será dado nota zero para quem colar.
Professor, não vi a postagem sobre essa atividade no blog e no Unimestre pois não tenho acesso.
Já deu tempo, um trimestre inteiro para isso, mesmo assim ainda tens o teu colega do grupo para te dar essa informação e ainda tirar as dúvidas comigo na sala, no corredor, ou ainda via faceboke em qualquer momento antes da entrega da avaliação.
Trabalho manuscrito e não digitado, por isso, se não tiver o caderno de perguntas e repostas, ou seja, o questionário no livro que você comprou ou pediu emprestado, tire cópia dele em branco do seu colega e depois responda de forma manuscrita.
Prazo de entrega dia 28/04 (individual)
Tudo explicado, como sempre, espero vocês em sala.
Sobre as avaliações dos livros que conversamos em sala.
São duas atividades avaliativas (leiam com atenção)
7F1
1- Prazo máximo dia 28/04 (atividade em grupo)
Vocês devem apresentar nesse dia um das opções abaixo:
Representação teatral de uma cena ou cenas contemplando o livro. (duração de 10 minutos)
Para isso, vocês precisam definir funções, ou seja, precisam de um diretor, de atores, de quem cuide do som, dos slides, da maquiagem e do figurino, todos devem ter uma função específica.
Lembram do teatro do Chapeuzinho vermelho e das mil e uma noites? Mesmo formato! Tá facil!
Apresentação: Nesse caso vocês podem apresentar um power point ou similar para ser explicado para a turma, o prazo é de aproximadamente 5 entre 10 miutos. Sejam claros e objetivos, escolham quem vai apresentar, quem vai fazer os slides, se quiserem podem inserir música de fundo e pequenos vídeos de 1 ou 2 minutos para representar os personagens, ou um bate papo informal sobre o livro tipo aqueles vídeos de youtube das pessoas comentando o livro, imagens ou fotos também caracterizando, tragam informações sobre o livro, o autor e personagens, lembrando que vocês sabem apresentar recomendar o livro pois fizemos isso em sala. Tragam em pen drive.
Vídeos - O vídeo deverá estar em pen drive e deve ser o máximo auto explicativo com abertura legendas com o nome dos participantes e suas funções, vocÊs podem representar no vídeo ou ensaiar um bate papo informal entre vocês, ou ainda naquele estilo youtube de comentar os livros. Dei algumas ideias na sala paa vocês.
A ordem da apresentação é: representação, apresentação e vídeo. O vídeo obrigatoriamente deve estar em pen drive pois precisarei levar caso não haja tempo para exibição na sala.
O prazo final da leitura do s livros ficou dia 15/04.
Lembrem-se que a atividade vale nota, e que já fizemos: leitura em sala, atividade do blog, cartazes e exercícios do blog que devem estar no caderno de vocês, não em folha separada e nem mesmo me entregar. Pois passarei para ver se fizeram. Quem postou no blog não precisa pois tenho registrado tudo isso lá. Agora quem deixou de fazer alguma atividade deve começar a fazer antes da nota.
As datas:
7F1 apresentação dia 28/04
2 - Atividade do livro (individual)
Os livros:
Diário ao contrário
Memórias de um fantasma canhoto
Romeu e Julieta.com.br
Todos os livros possuem uma ficha de leitura que vocês devem preencher e entregar individualemnte para o professor até o dia 28/04
Agora vamos as perguntas
Professor eu não tenho o livro?
Deveria ter pois como você vai fazer o primeiro trabalho lá acima.
Caso não tenhas estás em um grupo tire cópia do seu colega das perguntas e preenchas as respostas individualmente será dado nota zero para quem colar.
Professor, não vi a postagem sobre essa atividade no blog e no Unimestre pois não tenho acesso.
Já deu tempo, um trimestre inteiro para isso, mesmo assim ainda tens o teu colega do grupo para te dar essa informação e ainda tirar as dúvidas comigo na sala, no corredor, ou ainda via faceboke em qualquer momento antes da entrega da avaliação.
Trabalho manuscrito e não digitado, por isso, se não tiver o caderno de perguntas e repostas, ou seja, o questionário no livro que você comprou ou pediu emprestado, tire cópia dele em branco do seu colega e depois responda de forma manuscrita.
Prazo de entrega dia 28/04 (individual)
Tudo explicado, como sempre, espero vocês em sala.
domingo, 22 de março de 2015
Leitura de contos e proposta de atividade.
Para finalizar as nossas atividades sobre contos de fadas, contos
maravilhosos e contos fantásticos que tal mais um exemplo de cada uma dessas
divisões desse incrível gênero textual?
Contos de fadas
Capuchinho
Vermelho - Um conto de fadas dos Irmãos
Grimm
Era uma vez uma doce
pequena que tinha o amor de todos os que a viam; mas era a avó quem mais a
amava, a ponto de não saber o que mais dar à criança. Uma vez deulhe um capucho
de veludo vermelho e, como este lhe ficava tão bem que ela nunca mais quis usar
outra coisa, chamaram-lhe simplesmente Capuchinho Vermelho. Um dia disse-lhe a
mãe: "Vem cá, Capuchinho Vermelho, aqui tens um pedaço de bolo e uma
garrafa de vinho para levares à tua avó. Ela está doente e fraca e isto há-de
fortalecê-la. Põe-te ao caminho antes que se ponha quente e, quando estiveres
no bosque, vai directa e não te desvies do carreiro, senão ainda cais e partes
o vidro e a tua avó não recebe nada. E quando entrares no quarto dela, não te
esqueças de dizer bom dia e não te vás pôr a espreitar em todos os
cantos."
"Vou fazer tudo bem," prometeu Capuchinho Vermelho dando a sua mão. A avó vivia isolada no bosque, a meia légua da aldeia. Quando Capuchinho Vermelho chegou ao bosque, um lobo veio ao seu encontro. Capuchinho Vermelho não sabia que se tratava dum animal malvado e não teve medo nenhum. "Bom dia, Capuchinho Vermelho," disse ele. "Muito obrigado, lobo." - "Aonde vais tão cedo, Capuchinho Vermelho?" - "À minha avó." - "O que levas debaixo do avental?" - "Bolo e vinho: ontem cozemos, portanto a pobre avó doente vai poder receber algo bom que a fortaleça." - "Capuchinho Vermelho, onde vive a tua avó?" - "Ainda a um bom quarto de légua dentro do bosque, debaixo dos três carvalhos, aí fica a casa dela; logo abaixo ficam as avelaneiras, assim já saberás," disse Capuchinho Vermelho. O lobo pensou para si mesmo: "Que coisa tenra, dará um pitéu suculento. Vai saber ainda melhor que a velha. Tens que agir ardilosamente se queres apanhá-las ambas." Então andou um pouco ao lado de Capuchinho Vermelho e depois falou: "Capuchinho Vermelho, vês as lindas flores por aqui à tua volta? Porque não olhas para elas? Acho que ainda nem reparaste como os passarinhos estão a cantar amorosamente. Andas tão séria, como se fosses para a escola, enquanto que tudo no bosque está tão alegre."
Capuchinho Vermelho levantou os olhos e quando viu como os raios de sol dançavam entre as árvores, para a frente e para trás, e como havia lindas flores por todo o lado, pensou: "Se eu levar à avó um ramo fresco, hei-de dar-lhe alegria. Ainda é tão cedo que chegarei bem a tempo." Então ela saiu do carreiro e entrou no bosque à procura de flores. E cada vez que tinha apanhado uma, pensava que mais longe haveria outra ainda mais bonita e corria a apanhá-la, de tal forma que entrou cada vez mais fundo no bosque. Mas o lobo foi directo para casa da avó e bateu à porta. "Quem está aí?" - "É Capuchinho Vermelho, trazendo bolo e vinho, abre!" - "Levanta o trinco," gritou a avó, "eu estou demasiado fraca para me poder levantar." O lobo levantou o trinco, a porta abriu e ele, sem uma palavra, dirigiu-se à cama da avó e comeu-a. Depois vestiu as roupas e a touca dela, deitou-se na cama e fechou as cortinas.
Entretanto, Capuchinho Vermelho tinha corrido de flor em flor e só quando já tinha tantas que não podia carregar mais é que se lembrou da avó e retomou o caminho para casa dela. Estranhou que a porta estivesse aberta e, quando entrou no quarto, teve uma sensação tão estranha que disse para si própria: "Meu Deus, hoje sinto-me tão angustiada e normalmente gosto tanto de estar com a avó." Largou um "Bom dia!," mas não obteve resposta. Então dirigiu-se à cama e puxou as cortinas para trás: ali estava a avó com a touca puxada sobre a cara e com uma aparência estranha. "Ó! Avó, que grandes orelhas tens!" - "Para poder ouvir-te melhor." - "Ó! Avó, que grandes olhos tens!" - "Para poder ver-te melhor." - "Ó! Avó, que grandes mãos tens!" - "Para poder abraçar-te melhor." - "Mas, avó, que boca horrivelmente grande tens!" - "Para poder comer-te melhor." Mal tinha o lobo dito isto, pulou da cama e engoliu a pobre Capuchinho Vermelho.
E, tendo apaziguado a sua concupiscência, tornou a deitar-se na cama, adormeceu e começou a ressonar muito alto. O caçador estava mesmo a passar em frente da casa e pensou: "Como a velhota ressona! É melhor veres se há algo errado." Então entrou no quarto e, quando chegou à cama, viu o lobo lá estendido. "Aqui te encontro, velho pecador," disse ele, "há muito que te procuro!" Apontou a espingarda, mas então pensou que o lobo podia ter comido a avó e que ela ainda podia ser salva. Portanto, em vez de disparar, pegou numa tesoura e começou a cortar a barriga do lobo. Depois de ter feito um par de cortes viu Capuchinho Vermelho luzir; e após outros tantos cortes a moça saltou para fora, gritando: "Ah, como tive medo! Estava tão escuro dentro do lobo!" Depois a avó saiu, também viva mas quase incapaz de respirar. Entretanto, Capuchinho Vermelho depressa procurou grandes pedras com as quais encheram o lobo. Quando ele acordou quis fugir, mas as pedras eram tão pesadas que caiu subitamente e morreu.
Então os três ficaram muito contentes. O caçador tirou a pele ao lobo e levou-a para casa. A avó comeu o bolo e bebeu o vinho que Capuchinho Vermelho tinha trazido e recuperou forças. Mas Capuchinho Vermelho pensou: "Nunca mais na vida tornarás a sair do caminho sozinha para entrar no bosque depois de a tua mãe o ter proibido."
"Vou fazer tudo bem," prometeu Capuchinho Vermelho dando a sua mão. A avó vivia isolada no bosque, a meia légua da aldeia. Quando Capuchinho Vermelho chegou ao bosque, um lobo veio ao seu encontro. Capuchinho Vermelho não sabia que se tratava dum animal malvado e não teve medo nenhum. "Bom dia, Capuchinho Vermelho," disse ele. "Muito obrigado, lobo." - "Aonde vais tão cedo, Capuchinho Vermelho?" - "À minha avó." - "O que levas debaixo do avental?" - "Bolo e vinho: ontem cozemos, portanto a pobre avó doente vai poder receber algo bom que a fortaleça." - "Capuchinho Vermelho, onde vive a tua avó?" - "Ainda a um bom quarto de légua dentro do bosque, debaixo dos três carvalhos, aí fica a casa dela; logo abaixo ficam as avelaneiras, assim já saberás," disse Capuchinho Vermelho. O lobo pensou para si mesmo: "Que coisa tenra, dará um pitéu suculento. Vai saber ainda melhor que a velha. Tens que agir ardilosamente se queres apanhá-las ambas." Então andou um pouco ao lado de Capuchinho Vermelho e depois falou: "Capuchinho Vermelho, vês as lindas flores por aqui à tua volta? Porque não olhas para elas? Acho que ainda nem reparaste como os passarinhos estão a cantar amorosamente. Andas tão séria, como se fosses para a escola, enquanto que tudo no bosque está tão alegre."
Capuchinho Vermelho levantou os olhos e quando viu como os raios de sol dançavam entre as árvores, para a frente e para trás, e como havia lindas flores por todo o lado, pensou: "Se eu levar à avó um ramo fresco, hei-de dar-lhe alegria. Ainda é tão cedo que chegarei bem a tempo." Então ela saiu do carreiro e entrou no bosque à procura de flores. E cada vez que tinha apanhado uma, pensava que mais longe haveria outra ainda mais bonita e corria a apanhá-la, de tal forma que entrou cada vez mais fundo no bosque. Mas o lobo foi directo para casa da avó e bateu à porta. "Quem está aí?" - "É Capuchinho Vermelho, trazendo bolo e vinho, abre!" - "Levanta o trinco," gritou a avó, "eu estou demasiado fraca para me poder levantar." O lobo levantou o trinco, a porta abriu e ele, sem uma palavra, dirigiu-se à cama da avó e comeu-a. Depois vestiu as roupas e a touca dela, deitou-se na cama e fechou as cortinas.
Entretanto, Capuchinho Vermelho tinha corrido de flor em flor e só quando já tinha tantas que não podia carregar mais é que se lembrou da avó e retomou o caminho para casa dela. Estranhou que a porta estivesse aberta e, quando entrou no quarto, teve uma sensação tão estranha que disse para si própria: "Meu Deus, hoje sinto-me tão angustiada e normalmente gosto tanto de estar com a avó." Largou um "Bom dia!," mas não obteve resposta. Então dirigiu-se à cama e puxou as cortinas para trás: ali estava a avó com a touca puxada sobre a cara e com uma aparência estranha. "Ó! Avó, que grandes orelhas tens!" - "Para poder ouvir-te melhor." - "Ó! Avó, que grandes olhos tens!" - "Para poder ver-te melhor." - "Ó! Avó, que grandes mãos tens!" - "Para poder abraçar-te melhor." - "Mas, avó, que boca horrivelmente grande tens!" - "Para poder comer-te melhor." Mal tinha o lobo dito isto, pulou da cama e engoliu a pobre Capuchinho Vermelho.
E, tendo apaziguado a sua concupiscência, tornou a deitar-se na cama, adormeceu e começou a ressonar muito alto. O caçador estava mesmo a passar em frente da casa e pensou: "Como a velhota ressona! É melhor veres se há algo errado." Então entrou no quarto e, quando chegou à cama, viu o lobo lá estendido. "Aqui te encontro, velho pecador," disse ele, "há muito que te procuro!" Apontou a espingarda, mas então pensou que o lobo podia ter comido a avó e que ela ainda podia ser salva. Portanto, em vez de disparar, pegou numa tesoura e começou a cortar a barriga do lobo. Depois de ter feito um par de cortes viu Capuchinho Vermelho luzir; e após outros tantos cortes a moça saltou para fora, gritando: "Ah, como tive medo! Estava tão escuro dentro do lobo!" Depois a avó saiu, também viva mas quase incapaz de respirar. Entretanto, Capuchinho Vermelho depressa procurou grandes pedras com as quais encheram o lobo. Quando ele acordou quis fugir, mas as pedras eram tão pesadas que caiu subitamente e morreu.
Então os três ficaram muito contentes. O caçador tirou a pele ao lobo e levou-a para casa. A avó comeu o bolo e bebeu o vinho que Capuchinho Vermelho tinha trazido e recuperou forças. Mas Capuchinho Vermelho pensou: "Nunca mais na vida tornarás a sair do caminho sozinha para entrar no bosque depois de a tua mãe o ter proibido."
Conto maravilhoso
As mil e uma noites
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domingo, 1 de março de 2015
Leitura dos contos
Texto 1
A Bela Adormecida
- Charles Perrault
Na festa do
batismo da tão desejada princesa, foram convidadas 12 fadas e como madrinhas
desta ofereceram-lhe como presentes a beleza, o talento musical, a
inteligência, entre outros valores apreciados.
No entanto, uma
velha fada que foi negligeciada, porque o rei apenas tinha doze pratos de ouro,
interrompeu o evento e lançou-lhe como vingança um feitiço cujo resultado
seria, ao picar o dedo num fuso, a morte quando a princesa atingisse a idade
adulta. Porém restava o presente da 12ª fada. Assim sendo, esta suavizou a
morte, transformando o maldição da princesa para cem anos de sono profundo, até
que seja despertada pelo primeiro beijo oriundo de um amor verdadeiro.
O rei proibiu
imediatamente qualquer tipo de fiação em todo o reino, mas em vão. Quando a princesa
contava 15 anos, descobriu uma sala escondida num torreão do castelo onde
encontrou uma velha a fiar. Curiosa com o fuso pediu-lhe para a deixar fiar,
picando-se nesse mesmo instante. Sentiu então o grande sono que lhe foi
destinado e, ao adormecer, todas as criaturas presentes no castelo adormeceram
juntamente, sob o novo feitiço da 12ª fada que tinha voltado entretanto. Com o
tempo, cresceu uma floresta de urzes em torno do castelo adormecido, isolando-o
do mundo exterior e dando uma morte fatal e dolorosa nos espinhos a quem
tentasse entrar. Assim muitos príncipes morreram em busca da tal Bela
Adormecida cuja beleza era tão falada.
Após cem anos
decorridos, um príncipe corajoso enfrentou a floresta de espinhos, mesmo
sabendo da morte de outros tantos, e consegiu entrar no castelo. Quando
encontrou o quarto onde a princesa dormia, estremeceu de tal maneira ao ver a
sua beleza, que caiu de joelhos diante o seu leito. Ele beijou-a e ela acordou
finalmente. Então todos no castelo acordaram e continuaram onde haviam parado à
cem anos atrás. O conto termina aqui, na boda do príncipe, com a famosa frase e
viveram felizes até ao fim dos seus dias.
Texto 2
A roupa nova do
imperador - Hans Christian Andersen
Um alfaiate pobre,
de terras distantes, diz a um determinado rei que poderia fazer uma roupa muito
bonita e cara, mas que apenas as pessoas mais inteligentes e astutas poderiam
vê-la. O rei, muito vaidoso, gostou da proposta e pediu ao alfaiate que fizesse
uma roupa dessas para ele.
O alfaiate recebeu
vários baús cheios de riquezas, rolos de linha de ouro, seda e outros materiais
raros e exóticos, exigidos por ele para a confecção das roupas. Ele guardou
todos os tesouros e ficou em seu tear, fingindo tecer fios invisíveis, que
todas as pessoas alegavam ver, para não parecerem estúpidas.
Até que um dia, o
rei se cansou de esperar, e ele e seus ministros quiseram ver o progresso do
alfaiate. Quando o falso tecelão mostrou a mesa de trabalho vazia, o rei
exclamou: "Que lindas vestes! Você fez um trabalho magnífico!",
embora não visse nada além de uma simples mesa, pois dizer que nada via seria
admitir na frente de seus súditos que não tinha a capacidade necessária para
ser rei. Os nobres ao redor soltaram falsos suspiros de admiração pelo
trabalho, nenhum deles querendo que achassem que era incompetente ou incapaz. O
alfaiate garantiu que as roupas logo estariam completas, e o rei resolveu
marcar uma grande parada na cidade para que ele exibisse as vestes especiais. A
única pessoa a desmascarar a farsa foi uma criança, que gritou:
-O rei está nu!
O grito é absorvido por todos. O Imperador se encolhe,
suspeitando a afirmação é verdadeira, mas se mantém-se orgulhosamente e
continua a procissão.
Texto 3
O menino e o padre
- Conto regional do Nordeste (autor desconhecido)
Um padre andava
pelo sertão, e como estava com muita sede, aproximou-se duma cabana e chamou
por alguém de dentro. Veio então lhe atender um menino muito mirrado.
- Bom dia meu
filho, você não tem por aí uma aguinha aqui pro padre?
- Água tem não
senhor, aqui só tem um pote cheio de garapa de açúcar! Se o senhor quiser... -
disse o menino.
- Serve, vá
buscar. - pediu-lhe o padre.
E o menino trouxe
a garapa dentro de uma cabaça. O padre bebeu bastante e o menino ofereceu mais.
Meio desconfiado, mas como estava com muita sede o padre aceitou. Depois de
beber, o padre curioso perguntou ao menino:
- Me diga uma
coisa, sua mãe não vai brigar com você por causa dessa garapa?
- Briga não
senhor. Ela não quer mais essa garapa, porque tinha uma barata morta dentro do
pote.
Surpreso e
revoltado, o padre atira a cabaça no chão e esta se quebra em mil pedaços. E
furioso ele exclama:
-Moleque danado,
por que não me avisou antes?
O menino olhou
desesperado para o padre, e então disse em tom de lamento:
- Agora sim eu vou
levar uma surra das grandes; o senhor acaba de quebrar a cabacinha de vovó
fazer xixi dentro!
Texto 4
O Assalto - Carlos
Drumond de Andrade
A casa luxuosa no
Leblon é guardada por um molosso de feia catadura, que dorme de olhos abertos,
ou talvez nem durma, de tão vigilante. Por isso, a família vive tranqüila, e
nunca se teve notícia de assalto a residência tão protegida.
Até a semana
passada. Na noite de quinta-feira, um homem conseguiu abrir o pesado portão de
ferro e penetrar no jardim. Ia fazer o mesmo com a porta da casa, quando o
cachorro, que muito de astúcia o deixara chegar até lá, para acender-lhe o
clarão de esperança e depois arrancar-lhe toda ilusão, avançou contra ele,
abocanhando-lhe a perna esquerda. O ladrão quis sacar do revólver, mas não teve
tempo para isto. Caindo ao chão, sob as patas do inimigo, suplicou-lhe com os
olhos que o deixasse viver, e com a boca prometeu que nunca mais tentaria
assaltar aquela casa. Falou em voz baixa, para não despertar os moradores,
temendo que se agravasse a situação. O animal pareceu compreender a súplica do
ladrão, e deixou-o sair em estado deplorável.
No jardim ficou um
pedaço da calça. No dia seguinte, a empregada não entendeu bem por que uma voz
pelo telefone, disse que era da Saúde Pública e indagou se o cão era vacinado.
Nesse momento o cão estava junto da doméstica, e abanou o rabo,
afirmativamente.
Texto 5 - Chapeuzinho Vermelho
Uma garota conhecida como Chapeuzinho Vermelho atravessa a
floresta para entregar uma cesta de mel (bolos, doces ou outros dependendo da
versão) para sua avó que mora do outro lado do bosque. A menina toma o caminho,
onde é vista pelo lobo-mau, que a segue, chegando à casa da avó primeiro e
devorando a velhinha completamente. Então, se veste com suas roupas e aguarda
Chapeuzinho na cama da avó. Quando a menina chega, acontece o famoso diálogo
com o lobo:
—Por que esses olhos tão grandes? Então
ela é respondida:
—Ó minha querida, são para te enxergar melhor
—Por que essas orelhas tão grandes?
—São para te ouvir melhor.
—E por que essa boca tão grande?
—É para te comer!!!
Neste momento, o lobo revela-se e devora a Chapeuzinho. Enquanto na versão de Perrault a história termina aqui, sem final feliz, na versão de Grimm o conto segue desta forma:
—Ó minha querida, são para te enxergar melhor
—Por que essas orelhas tão grandes?
—São para te ouvir melhor.
—E por que essa boca tão grande?
—É para te comer!!!
Neste momento, o lobo revela-se e devora a Chapeuzinho. Enquanto na versão de Perrault a história termina aqui, sem final feliz, na versão de Grimm o conto segue desta forma:
Então, um caçador que
passava por ali ouve os roncos do lobo, e o encontra dormindo na cama da vovó.
O caçador abre a barriga do lobo adormecido de onde saem Chapeuzinho e sua avó
ainda vivas, colocando pedras no lugar, a medida que o lobo acorda e morre
tentando fugir.
Texto 6
Velhos Fantasmas – L.F. Riesemberg
Em um empoeirado sótão, os fantasmas discutiam uma forma
de assombrar seu casarão para afugentar os novos moradores. “Há uma semana
esses vivos se mudaram, e nem perceberam que moramos aqui. Vocês nada
aprenderam em todos esses séculos?” – perguntou o mais velho do grupo.
“Acho que estão ocupados com a mudança, senhor, e não
tiveram tempo de prestar atenção” – disse outro espírito, otimista.
Um terceiro fantasma manifestou-se: “Bem, acho que é hora
de tocar um pouco de piano à noite. Quando eles virem as teclas se movendo
sozinhas, vão fugir correndo”.
"O que? Você acha que já não tentei isso?” –
perguntou um pequeno fantasma que saiu do baú. “Na noite passada toquei todos
os Noturnos de Chopin, e você pensa que eles ouviram? O marido saiu para
trabalhar à noite. A mulher tomou sedativo e não ouviu uma só nota do meu
concerto. E o filho deles passou a madrugada acordado no quarto, na frente do
computador, com fones de ouvido!”.
Pensativo, o fantasmagórico chefão quis saber o que mais
já fora tentado. Uma entidade levantou timidamente o dedo e passou a relatar.
"Como de hábito, ocupei-me da biblioteca. Abri e
fechei as gavetas, folheei os livros, rabisquei o quadro negro, tudo como dita
o costume”.
“E que resultados obteve? Deixou alguém em pânico?”.
"Infelizmente, ninguém adentrou lá ainda.
Creio que não gostam de ler”.
“Mas era só o que
me faltava!” – gritou o velho. “E você aí?” – apontou para outro desencarnado
que participava da assembleia. “O que fez para ajudar?”. O jovem espectro,
desligado do mundo dos vivos há menos tempo que seus companheiros, engoliu em
seco, e disse:
“Me perdoe a franqueza, mas acho que estamos encrencados.
Mesmo tentando os meios mais avançados de assombração, não tenho conseguido
nada. Já cheguei a aparecer na tela do computador do rapaz e lhe pregar um
susto com a careta mais sombria que consegui, mas o máximo que aconteceu depois
foi ele rir, dizendo que já tinha caído nesse truque antes”.
Um desânimo começava a contagiar a todos, até que um
deles sugeriu:
“E se juntássemos as nossas economias de ectoplasma e
materializássemos um de nós? Nunca falha!”. O que foi respondido por outra
visagem:
“Aquilo já está com a validade vencida! Além do mais, se
eles filmarem uma aparição dessas vão colocar as imagens na tal internet, e daí
sim que nosso sossego termina de vez”.
“Então o jeito é ficar com eles. Este sótão até que é
grande”.
“Pode esquecer! Já ouvi que vão reformar e transformar
isto aqui em um estúdio de gravação de músicas”.
“Oh, não daquelas músicas que o menino ouve, por favor!”
– lamentaram-se.
Porém, apesar da aparente derrota a que os pobres mortos
pareciam estar fadados, um brilhante espírito teve uma ideia bastante simples e
eficaz: interferir na atmosfera ao redor da casa, impedindo que se chegassem
quaisquer sinais que fizessem funcionar a internet, os celulares e os canais da
televisão via satélite.
Em duas semanas os moradores deixaram o local.
terça-feira, 10 de fevereiro de 2015
Texto 1 - Missa do Galo (Machado de Assis)
O objetivo é conhecer melhor
as obras de Machado de Assis, os alunos de 7º ano irão ler um conto e realizar
atividades referentes à obra.
A primeira atividade é um
estudo do texto, com questões que o aluno deverá responder no blog.
A
segunda atividade será realizada em sala de aula, durante as aulas de
Literatura
Missa
do galo
Machado de Assis
Nunca
pude entender a conversação que tive com uma senhora, há muitos anos, contava
eu dezessete, ela trinta. Era noite de Natal. Havendo ajustado com um vizinho
irmos à missa do galo, preferi não dormir; combinei que eu iria acordá-lo à
meia-noite.
A
casa em que eu estava hospedado era a do escrivão Meneses, que fora casado, em
primeiras núpcias, com uma de minhas primas. A segunda mulher, Conceição, e a
mãe desta acolheram-se bem, quando vim de Mangaratiba para o Rio de Janeiro,
meses antes, a estudar preparatórios. Vivia tranquilo, naquela casa assobradada
da Rua do Senado, com os meus livros, poucas relações, alguns passeios. A
família era pequena, o escrivão, a mulher, a sogra e duas escravas. Costumes
velhos. Às dez horas da noite toda a gente estava nos quartos; às dez e meia a
casa dormia. Nunca tinha ido ao teatro, e mais de uma vez, ouvindo dizer ao
Meneses que ia ao teatro, pedi-lhe que me levasse consigo. Nessas ocasiões, a
sogra fazia uma careta, e as escravas riam à socapa; ele não respondia,
vestia-se, saía e só tornava na manhã seguinte. Mais tarde é que eu soube que o
teatro era um eufemismo em ação. Meneses trazia amores com uma senhora,
separada do marido, e dormia fora de casa uma vez por semana. Conceição
padecera, a princípio, com a existência da comborça, mas, afinal, resignara-se,
acostumara-se, e acabou achando que era muito direito.
Boa
Conceição! Chamavam-lhe “a santa”, e fazia jus ao título, tão facilmente
suportava os esquecimentos do marido. Em verdade, era um temperamento moderado,
sem extremos, nem grandes lágrimas, nem grandes risos. No capítulo que trato,
dava para maometana; aceitaria um harém, com as aparências salvas. Deus me
perdoe, se a julgo mal. Tudo nela era atenuado e passivo. O próprio rosto era
mediano, nem bonito nem feio. Era o que chamamos uma pessoa simpática. Não
dizia mal de ninguém, perdoava tudo. Não sabia odiar; pode ser até que não
soubesse amar.
Naquela
noite de Natal foi o escrivão ao teatro. Era pelos anos de 1861 ou 1862. Eu já
devia estar em Mangaratiba, em férias; mas fiquei até o Natal para ver “a missa
do galo na Corte”. A família recolheu-se à hora do costume; eu meti-me na sala
da frente, vestido e pronto. Dali passaria ao corredor da entrada e sairia sem
acordar ninguém. Tinha três chaves na porta; uma estava com o escrivão, eu
levaria outra, a terceira ficava em casa.
-
Mas, Sr. Nogueira, que fará você todo esse tempo? perguntou a mãe de Conceição.
-
Leio, D. Inácia.
Tinha
comigo um romance, os Três mosqueteiros,
velha tradução creio do Jornal do
Comércio. Sentei-me à mesa que havia no centro da sala, e à luz de um
candeeiro de querosene, enquanto a casa dormia, trepei ainda uma vez ao cavalo
magro de D’Artagnan e fui-me às aventuras. Dentro em pouco estava completamente
ébrio de Dumas. Os minutos voavam, ao
contrário do que costumam fazer, quando são de espera; ouvi bater onze horas,
mas quase sem dar por elas, um acaso. Entretanto, um pequeno rumor que ouvi
dentro veio acordar-me da leitura. Eram uns passos no corredor que ia da sala
de visitas à de jantar; levantei a cabeça; logo depois vi assomar à porta da
sala o vulto de Conceição.
-
Ainda não foi? perguntou ela.
-
Não fui; parece que ainda não é meia-noite.
-
Que paciência!
Conceição
entrou na sala, arrastando as chinelinhas da alcova. Vestia um roupão branco,
mal apanhado na cintura. Sendo magra, tinha um ar de visão romântica, não
disparatada com o meu livro de aventuras. Fechei o livro; ela foi sentar-se na
cadeira que ficava defronte de mim, perto do canapé. Como eu lhe perguntasse se
a havia acordado, sem querer, fazendo barulho, respondeu com presteza:
-
Não! qual! acordei por acordar.
Fitei-a
um pouco e duvidei da afirmativa. Os olhos não eram de pessoa que acabasse de
dormir; pareciam não ter ainda pegado no sono. Essa observação, porém, que
valeria alguma cousa em outro espírito, depressa a botei fora, sem advertir que
talvez não dormisse justamente por minha causa, e mentisse para me não afligir
ou aborrecer. Já disse que ela era boa, muito boa.
-
Mas a hora já há de estar próxima, disse eu.
-
Que paciência a sua de esperar acordado, enquanto o vizinho dorme! E esperar
sozinho! Não tem medo de almas do outro mundo? Eu cuidei que se assustasse
quando me viu.
-
Quando ouvi os passos estranhei; mas a senhora apareceu logo.
-
Que é que estava lendo? Não diga, já sei, é o romance dos Mosqueteiros.
-
Justamente: é muito bonito.
-
Gosta de romances?
-
Gosto.
-
Já leu A moreninha?
-
Do Dr. Macedo? Tenho lá em Mangaratiba.
-
Eu gosto muito de romances, mas leio pouco, por falta de tempo. Que romances é
que você tem lido?
Comecei
a dizer-lhe os nomes de alguns. Conceição ouvia-me com a cabeça reclinada no
espaldar, enfiando os olhos por entre as pálpebras meio cerradas, sem os tirar
de mim. De vez em quando passava a língua pelos beiços, para umedecê-los.
Quando acabei de falar, não me disse nada; ficamos assim alguns segundos. Em
seguida, vi-a endireitar a cabeça, cruzar os dedos e sobre eles pousar o
queixo, tendo os cotovelos nos braços da cadeira, tudo sem desviar de mim os
grandes olhos espertos.
“Talvez
esteja aborrecida” pensei eu.
E
logo alto:
-
D. Conceição, creio que vão sendo horas, e eu...
-
Não, não, ainda é cedo. Vi agora mesmo o relógio; são onze e meia. Tem tempo.
Você, perdendo a noite, é capaz de não dormir de dia?
-
Já tenho feito isso.
-
Eu, não; perdendo uma noite, no outro dia estou que não posso, e, meia hora que
seja, hei de passar pelo sono. Mas também estou ficando velha.
-
Que velha o quê, D. Conceição?
Tal
foi o calor da minha palavra que a fez sorrir. De costume tinha os gestos
demorados e as atitudes tranquilas; agora, porém, ergueu-se rapidamente, passou
para o outro lado da sala e deu alguns passos, entre a janela da rua e a porta
do gabinete do marido. Assim, com o desalinho honesto que trazia, dava-me uma
impressão singular. Magra embora, tinha não sei que balanço no andar, como quem
lhe custa levar o corpo; essa feição nunca me pareceu tão distinta como naquela
noite. Parava algumas vezes, examinando um trecho de cortina ou consertando a
posição de algum objeto no aparador; afinal deteve-se, ante mim, com a mesa de
permeio. Estreito era o círculo das suas ideias; tornou ao espanto de me ver
esperar acordado; eu repeti-lhe o que ela sabia, isto é, que nunca ouvira missa
do galo na Corte, e não queria perdê-la.
-
É a mesma missa da roça; todas as missas se parecem.
-
Acredito; mas aqui há de haver mais luxo e mais gente também. Olhe, a semana
santa na Corte é mais bonita que na roça. S. João não digo, nem Santo
Antônio...
Pouco
a pouco, tinha-se inclinado; fincara os cotovelos no mármore da mesa e metera o
rosto entre as mãos espalmadas. Não estando abotoadas, as mangas, caíram
naturalmente, e eu vi-lhe metade dos braços, muito claros, e menos magros do
que se poderiam supor. A vista não era nova para mim, posto também não fosse
comum; naquele momento, porém, a impressão que tive foi grande. As veias eram
tão azuis, que apesar da pouca claridade, podia contá-las do meu lugar. A
presença de Conceição espertara-me ainda mais que o livro. Continuei a dizer o
que pensava das festas da roça e da cidade, e de outras cousas que me iam vindo
à boca. Falava emendando os assuntos, sem saber por que, variando deles ou
tornando aos primeiros, e rindo para fazê-la sorrir e ver-lhe os dentes que
luziam de brancos, todos iguaizinhos. Os olhos dela não eram bem negros, mas
escuros; o nariz, seco e longo, um tantinho curvo, dava-lhe ao rosto um ar
interrogativo. Quando eu alteava um pouco a voz, ela reprimia-me:
-
Mais baixo! mamãe pode acordar.
E
não saía daquela posição, que me enchia de gosto, tão perto ficavam as nossas
caras. Realmente, não era preciso falar alto para ser ouvido; cochichávamos os
dois, eu mais que ela, porque falava mais; ela, às vezes, ficava séria, muito
séria, com a testa um pouco franzida. Afinal, cansou; trocou de atitude e de
lugar. Deu volta à mesa e veio sentar-se do meu lado, no canapé. Voltei-me, e
pude ver, a furto, o bico das chinelas; mas foi só o tempo que ela gastou em
sentar-se, o roupão era comprido e cobriu-as logo. Recordo-me que eram pretas.
Conceição disse baixinho:
-
Mamãe está longe, mas tem o sono muito leve; se acordasse agora, coitada, tão
cedo não pegava no sono.
-
Eu também sou assim.
-
O quê? perguntou ela inclinando o corpo para ouvir melhor.
Fui
sentar-me na cadeira que ficava ao lado do canapé e repeti a palavra. Riu-se da
coincidência; também ela tinha o sono leve; éramos três sonos leves.
-
Há ocasiões em que sou como mamãe: acordando, custa-me dormir outra vez, rolo
na cama, à toa, levanto-me, acendo a vela, passeio, torno a deitar-me, e nada.
-
Foi o que lhe aconteceu hoje.
-
Não, não, atalhou ela.
Não
entendi a negativa; ela pode ser que também não a entendesse. Pegou das pontas
do cinto e bateu com elas sobre os joelhos, isto é, o joelho direito, porque
acabava de cruzar as pernas. Depois referiu uma história de sonhos, e
afirmou-me que só tivera um pesadelo, em criança. Quis saber se eu os tinha. A
conversa reatou-se assim lentamente, longamente, sem que eu desse pela hora nem
pela missa. Quando eu acabava uma narrativa ou uma explicação, ela inventava
outra pergunta ou outra matéria, e eu pegava novamente na palavra. De quando em
quando, reprimia-me:
-
Mais baixo, mais baixo...
Havia
também umas pausas. Duas outras vezes, pareceu-me que a via dormir; mas os
olhos, cerrados por um instante, abriam-se logo sem sono nem fadiga, como se
ela os houvesse fechado para ver melhor. Uma dessas vezes creio eu que deu por
mim embebido na sua pessoa, e lembra-me que os tornou a fechar, não sei se
apressada ou vagarosamente. Há impressões dessa noite, que me aparecem
truncadas ou confusas. Contradigo-me, atrapalho-me. Uma das que ainda tenho
frescas é que, em certa ocasião, ela, que era apenas simpática, ficou linda,
ficou lindíssima. Estava de pé, os braços cruzados; eu, em respeito a ela, quis
levantar-me; não consentiu, pôs uma das mãos no meu ombro, e obrigou-me a estar
sentado. Cuidei que ia dizer alguma cousa; mas estremeceu, como se tivesse um
arrepio de frio, voltou as costas e foi sentar-se na cadeira, onde me achara
lendo. Dali relanceou a vista pelo espelho, que ficava por cima do canapé,
falou de duas gravuras que pendiam da parede.
-
Estes quadros estão ficando velhos. Já pedi a Chiquinho para comprar outros.
Chiquinho
era o marido. Os quadros falavam do principal negócio deste homem. Uma
representava “Cleópatra”; não me recordo o assunto do outro, mas eram mulheres.
Vulgares ambos; naquele tempo não me pareciam feios.
-
São bonitos, disse eu.
-
Bonitos são; mas estão manchados. E depois, francamente, eu preferia duas
imagens, duas santas. Estas são mais próprias para sala de rapaz ou de
barbeiro.
-
De barbeiro? A senhora nunca foi a casa de barbeiro.
-
Mas imagino que os fregueses, enquanto esperam, falam de moças e namoros, e
naturalmente o dono da casa alegra a vista deles com figuras bonitas. Em casa
de família é que não acho próprio. É o que eu penso; mas eu penso muita cousa
assim esquisita. Seja o que for, não gosto dos quadros. Eu tenho uma Nossa
Senhora da Conceição, minha madrinha, muito bonita; mas é de escultura, não se
pode pôr na parede, nem eu quero. Está no meu oratório.
A
ideia de oratório trouxe-me a missa, lembrou-me que podia ser tarde e quis
dizê-lo. Penso que cheguei a abrir a boca, mas logo a fechei para ouvir o que
ela contava, com doçura, com graça, com tal moleza que trazia preguiça à minha
alma e fazia esquecer a missa e a igreja. Falava das suas devoções de menina e
moça. Em seguida referia umas anedotas de baile, uns casos de passeio,
reminiscências de Paquetá, tudo de mistura, quase sem interrupção. Quando
cansou do passado, falou do presente, dos negócios da casa, das canseiras de
família, que lhe diziam ser muitas, antes de casar, mas não eram nada. Não me
contou, mas eu sabia que casara aos vinte e sete anos.
Já
agora não trocava de lugar, como a princípio, e quase não saíra da mesma
atitude. Não tinha os grandes olhos compridos, e entrou a olhar à toa para as
paredes.
-
Precisamos mudar o papel da sala, disse daí a pouco, como se falasse comigo.
Concordei,
para dizer alguma cousa, para sair da espécie de sono magnético, ou o que quer
que era me tolhia a língua e os sentidos. Queria e não queria acabar a
conversação; fazia esforço para arredar os olhos dela, e arredava-os por um
sentimento de respeito; mas a idéia de parecer que era aborrecimento, quando
não era, levava-me os olhos outra vez para Conceição. A conversa ia morrendo.
Na rua, o silêncio era completo.
Chegamos
a ficar por algum tempo, - não posso dizer quanto, - inteiramente calados. O
rumor único e escasso, era um roer de camundongo no gabinete, que me acordou
daquela espécie de sonolência; quis falar dele, mas não achei modo. Conceição
parecia estar devaneando. Subitamente, ouvi uma pancada na janela, do lado de
fora, e uma voz que bradava: “Missa do galo! missa do galo!”
-
Aí está o companheiro, disse ela levantando-se. Tem graça; você é que ficou de
ir acordá-lo, ele é que vem acordar você. Vá, que hão de ser horas; adeus.
-
Já serão horas? perguntei.
-
Naturalmente.
-
Missa do galo! – repetiram de fora, batendo.
-
Vá, vá, não se faça esperar. A culpa foi minha. Adeus, até amanhã.
E
com o mesmo balanço do corpo, Conceição enfiou pelo corredor dentro, pisando
mansinho. Saí à rua e achei o vizinho que esperava. Guiamos dali para a igreja.
Durante a missa, a figura de Conceição interpôs-se mais de uma vez, entre mim e
o padre; fiquei isto à conta dos meus dezessete anos. Na manhã seguinte, ao
almoço, falei da missa do galo e da gente que estava na igreja sem excitar a
curiosidade de Conceição. Durante o dia, achei-a como sempre, natural, benigna,
sem nada que fizesse lembrar a conversação da véspera. Pelo Ano-Bom fui para
Mangaratiba. Quando tornei ao Rio de Janeiro, em março, o escrivão tinha
morrido de apoplexia. Conceição morava no Engenho Novo, mas nem a visitei nem a
encontrei. Ouvi mais tarde que casara com o escrevente juramentado do marido.
Assis,
Machado. Contos. Série Bom Livro. 26ª
ed. Editora Ática: 2002. p. 99-104.
Após ler o conto assista esse pequeno vídeo, pois pode ou não ajudar a responder algumas questões em seguida:
https://www.youtube.com/watch?v=X6ylbnMOO5g
Atividade 1
Conto: Missa do galo – Machado de Assis
Responda:
1)
Quando
ocorre a experiência vivida pelo Sr. Nogueira? Em que noite particularmente?
2)
Em
que cidade e em que lugar ocorrem os fatos?
3)
Quanto
tempo transcorre desde o momento em que Conceição entra na sala em que está
Nogueira até o momento em que ele sai à rua para ir à missa?
4)
Pelas
lembranças que são narradas, esse tempo parece ter demorado para passar ou
parece ter passado rapidamente?
5)
Identifique
no texto fatos que comprovem uma intimidade cada vez maior entre Conceição e
Nogueira.
6)
Levante
hipóteses: que razões poderiam levar Conceição a sentir vontade de viver uma
aventura amorosa? E Nogueira?
7)
Que
fato posterior, relatado no final da história, confirma que Conceição era uma
mulher capaz de se interessar por outro homem, depois do marido?
8)
Quais
dos seguintes fragmentos evidenciam a atração de Nogueira por Conceição:
a)
Que
velha o quê, D. Conceição!
b)
Cochichávamos
os dois, eu mais que ela, porque falava mais.
c)
Mais
baixo! Mamãe pode acordar.
d)
A
presença de Conceição espertara-me ainda mais que o livro. Ela, que era apenas
simpática, ficou linda, ficou lindíssima.
9)
Quais
dos fragmentos seguintes evidenciam haver pensamentos e sentimentos
contraditórios em Conceição?
a)
Cuidei
que ia dizer alguma coisa, mas estremeceu, como se tivesse um arrepio de frio,
voltou as costas e foi sentar-se.
b)
Depois
referiu uma história de sonhos, e afirmou-me que só tivera um pesadelo em
criança.
c)
Mais
baixo! Mamãe pode acordar. Ela, às vezes, ficava séria, muito séria, com a
testa um pouco franzida.
10) Na sua opinião, ocorreu ou não algum
envolvimento amoroso entre Conceição e Nogueira?
Atividade 2
Há
cinco elementos da narrativa. No conto de Machado de Assis encontre esses
elementos.
Enredo
Personagens
Tempo
Espaço
Narrador
(Faremos
essa atividade em sala).
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