domingo, 1 de março de 2015

Leitura dos contos

Texto 1
A Bela Adormecida - Charles Perrault

Na festa do batismo da tão desejada princesa, foram convidadas 12 fadas e como madrinhas desta ofereceram-lhe como presentes a beleza, o talento musical, a inteligência, entre outros valores apreciados.
 No entanto, uma velha fada que foi negligeciada, porque o rei apenas tinha doze pratos de ouro, interrompeu o evento e lançou-lhe como vingança um feitiço cujo resultado seria, ao picar o dedo num fuso, a morte quando a princesa atingisse a idade adulta. Porém restava o presente da 12ª fada. Assim sendo, esta suavizou a morte, transformando o maldição da princesa para cem anos de sono profundo, até que seja despertada pelo primeiro beijo oriundo de um amor verdadeiro.
 O rei proibiu imediatamente qualquer tipo de fiação em todo o reino, mas em vão. Quando a princesa contava 15 anos, descobriu uma sala escondida num torreão do castelo onde encontrou uma velha a fiar. Curiosa com o fuso pediu-lhe para a deixar fiar, picando-se nesse mesmo instante. Sentiu então o grande sono que lhe foi destinado e, ao adormecer, todas as criaturas presentes no castelo adormeceram juntamente, sob o novo feitiço da 12ª fada que tinha voltado entretanto. Com o tempo, cresceu uma floresta de urzes em torno do castelo adormecido, isolando-o do mundo exterior e dando uma morte fatal e dolorosa nos espinhos a quem tentasse entrar. Assim muitos príncipes morreram em busca da tal Bela Adormecida cuja beleza era tão falada.
 Após cem anos decorridos, um príncipe corajoso enfrentou a floresta de espinhos, mesmo sabendo da morte de outros tantos, e consegiu entrar no castelo. Quando encontrou o quarto onde a princesa dormia, estremeceu de tal maneira ao ver a sua beleza, que caiu de joelhos diante o seu leito. Ele beijou-a e ela acordou finalmente. Então todos no castelo acordaram e continuaram onde haviam parado à cem anos atrás. O conto termina aqui, na boda do príncipe, com a famosa frase e viveram felizes até ao fim dos seus dias.


Texto 2
 A roupa nova do imperador - Hans Christian Andersen

Um alfaiate pobre, de terras distantes, diz a um determinado rei que poderia fazer uma roupa muito bonita e cara, mas que apenas as pessoas mais inteligentes e astutas poderiam vê-la. O rei, muito vaidoso, gostou da proposta e pediu ao alfaiate que fizesse uma roupa dessas para ele.
 O alfaiate recebeu vários baús cheios de riquezas, rolos de linha de ouro, seda e outros materiais raros e exóticos, exigidos por ele para a confecção das roupas. Ele guardou todos os tesouros e ficou em seu tear, fingindo tecer fios invisíveis, que todas as pessoas alegavam ver, para não parecerem estúpidas.
 Até que um dia, o rei se cansou de esperar, e ele e seus ministros quiseram ver o progresso do alfaiate. Quando o falso tecelão mostrou a mesa de trabalho vazia, o rei exclamou: "Que lindas vestes! Você fez um trabalho magnífico!", embora não visse nada além de uma simples mesa, pois dizer que nada via seria admitir na frente de seus súditos que não tinha a capacidade necessária para ser rei. Os nobres ao redor soltaram falsos suspiros de admiração pelo trabalho, nenhum deles querendo que achassem que era incompetente ou incapaz. O alfaiate garantiu que as roupas logo estariam completas, e o rei resolveu marcar uma grande parada na cidade para que ele exibisse as vestes especiais. A única pessoa a desmascarar a farsa foi uma criança, que gritou:
-O rei está nu!
O grito é absorvido por todos. O Imperador se encolhe, suspeitando a afirmação é verdadeira, mas se mantém-se orgulhosamente e continua a procissão.


 Texto 3
 O menino e o padre - Conto regional do Nordeste (autor desconhecido)

Um padre andava pelo sertão, e como estava com muita sede, aproximou-se duma cabana e chamou por alguém de dentro. Veio então lhe atender um menino muito mirrado.
 - Bom dia meu filho, você não tem por aí uma aguinha aqui pro padre?
 - Água tem não senhor, aqui só tem um pote cheio de garapa de açúcar! Se o senhor quiser... - disse o menino.
 - Serve, vá buscar. - pediu-lhe o padre.
 E o menino trouxe a garapa dentro de uma cabaça. O padre bebeu bastante e o menino ofereceu mais. Meio desconfiado, mas como estava com muita sede o padre aceitou. Depois de beber, o padre curioso perguntou ao menino:
 - Me diga uma coisa, sua mãe não vai brigar com você por causa dessa garapa?
 - Briga não senhor. Ela não quer mais essa garapa, porque tinha uma barata morta dentro do pote.
 Surpreso e revoltado, o padre atira a cabaça no chão e esta se quebra em mil pedaços. E furioso ele exclama:
 -Moleque danado, por que não me avisou antes?
 O menino olhou desesperado para o padre, e então disse em tom de lamento:
 - Agora sim eu vou levar uma surra das grandes; o senhor acaba de quebrar a cabacinha de vovó fazer xixi dentro!

 Texto 4
 O Assalto - Carlos Drumond de Andrade
 A casa luxuosa no Leblon é guardada por um molosso de feia catadura, que dorme de olhos abertos, ou talvez nem durma, de tão vigilante. Por isso, a família vive tranqüila, e nunca se teve notícia de assalto a residência tão protegida.
 Até a semana passada. Na noite de quinta-feira, um homem conseguiu abrir o pesado portão de ferro e penetrar no jardim. Ia fazer o mesmo com a porta da casa, quando o cachorro, que muito de astúcia o deixara chegar até lá, para acender-lhe o clarão de esperança e depois arrancar-lhe toda ilusão, avançou contra ele, abocanhando-lhe a perna esquerda. O ladrão quis sacar do revólver, mas não teve tempo para isto. Caindo ao chão, sob as patas do inimigo, suplicou-lhe com os olhos que o deixasse viver, e com a boca prometeu que nunca mais tentaria assaltar aquela casa. Falou em voz baixa, para não despertar os moradores, temendo que se agravasse a situação. O animal pareceu compreender a súplica do ladrão, e deixou-o sair em estado deplorável.
 No jardim ficou um pedaço da calça. No dia seguinte, a empregada não entendeu bem por que uma voz pelo telefone, disse que era da Saúde Pública e indagou se o cão era vacinado. Nesse momento o cão estava junto da doméstica, e abanou o rabo, afirmativamente.

 Texto 5 - Chapeuzinho Vermelho
 Uma garota conhecida como Chapeuzinho Vermelho atravessa a floresta para entregar uma cesta de mel (bolos, doces ou outros dependendo da versão) para sua avó que mora do outro lado do bosque. A menina toma o caminho, onde é vista pelo lobo-mau, que a segue, chegando à casa da avó primeiro e devorando a velhinha completamente. Então, se veste com suas roupas e aguarda Chapeuzinho na cama da avó. Quando a menina chega, acontece o famoso diálogo com o lobo:
—Por que esses olhos tão grandes? Então ela é respondida:
Ó minha querida, são para te enxergar melhor
Por que essas orelhas tão grandes?
São para te ouvir melhor.
E por que essa boca tão grande?
É para te comer!!!
Neste momento, o lobo revela-se e devora a Chapeuzinho. Enquanto na versão de Perrault a história termina aqui, sem final feliz, na versão de Grimm o conto segue desta forma:
Então, um caçador que passava por ali ouve os roncos do lobo, e o encontra dormindo na cama da vovó. O caçador abre a barriga do lobo adormecido de onde saem Chapeuzinho e sua avó ainda vivas, colocando pedras no lugar, a medida que o lobo acorda e morre tentando fugir.

Texto 6 
Velhos Fantasmas – L.F. Riesemberg

Em um empoeirado sótão, os fantasmas discutiam uma forma de assombrar seu casarão para afugentar os novos moradores. “Há uma semana esses vivos se mudaram, e nem perceberam que moramos aqui. Vocês nada aprenderam em todos esses séculos?” – perguntou o mais velho do grupo.
“Acho que estão ocupados com a mudança, senhor, e não tiveram tempo de prestar atenção” – disse outro espírito, otimista.
Um terceiro fantasma manifestou-se: “Bem, acho que é hora de tocar um pouco de piano à noite. Quando eles virem as teclas se movendo sozinhas, vão fugir correndo”.
"O que? Você acha que já não tentei isso?” – perguntou um pequeno fantasma que saiu do baú. “Na noite passada toquei todos os Noturnos de Chopin, e você pensa que eles ouviram? O marido saiu para trabalhar à noite. A mulher tomou sedativo e não ouviu uma só nota do meu concerto. E o filho deles passou a madrugada acordado no quarto, na frente do computador, com fones de ouvido!”. 
Pensativo, o fantasmagórico chefão quis saber o que mais já fora tentado. Uma entidade levantou timidamente o dedo e passou a relatar.
"Como de hábito, ocupei-me da biblioteca. Abri e fechei as gavetas, folheei os livros, rabisquei o quadro negro, tudo como dita o costume”.
“E que resultados obteve? Deixou alguém em pânico?”.
 "Infelizmente, ninguém adentrou lá ainda. Creio que não gostam de ler”.
 “Mas era só o que me faltava!” – gritou o velho. “E você aí?” – apontou para outro desencarnado que participava da assembleia. “O que fez para ajudar?”. O jovem espectro, desligado do mundo dos vivos há menos tempo que seus companheiros, engoliu em seco, e disse:
“Me perdoe a franqueza, mas acho que estamos encrencados. Mesmo tentando os meios mais avançados de assombração, não tenho conseguido nada. Já cheguei a aparecer na tela do computador do rapaz e lhe pregar um susto com a careta mais sombria que consegui, mas o máximo que aconteceu depois foi ele rir, dizendo que já tinha caído nesse truque antes”.
Um desânimo começava a contagiar a todos, até que um deles sugeriu:
“E se juntássemos as nossas economias de ectoplasma e materializássemos um de nós? Nunca falha!”. O que foi respondido por outra visagem:
“Aquilo já está com a validade vencida! Além do mais, se eles filmarem uma aparição dessas vão colocar as imagens na tal internet, e daí sim que nosso sossego termina de vez”.
“Então o jeito é ficar com eles. Este sótão até que é grande”.
“Pode esquecer! Já ouvi que vão reformar e transformar isto aqui em um estúdio de gravação de músicas”.
“Oh, não daquelas músicas que o menino ouve, por favor!” – lamentaram-se.
Porém, apesar da aparente derrota a que os pobres mortos pareciam estar fadados, um brilhante espírito teve uma ideia bastante simples e eficaz: interferir na atmosfera ao redor da casa, impedindo que se chegassem quaisquer sinais que fizessem funcionar a internet, os celulares e os canais da televisão via satélite.
Em duas semanas os moradores deixaram o local.



4 comentários:

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  2. Texto 3 O menino e o padre. Equipe:Sara, Julia, Natalia Hugen, Gabriela, Carol, Sophia, Maitê. Eu achei muito interessante pois é um conto humorístico, bem elaborado e de fácil compreensão.

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  3. Gostei do conto 5 :Chapeuzinho Vermelho ! Gostei desse conto porque ele , como na maioria dos contos , nao termina em "Felizes para sempre " ! Bem elaborado e é facil de entender ! Grupo : Júllia , Maite , Natalia Hugem , Gabriela , Sara , Carolina e Sofia!

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  4. Gostei dos contos Bela Adormecida e Chapeuzinho Vermelho, pois são contos bem elaborados e legais. Esses contos são antigos, mas ainda são lidos.E isso é o interessante.

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