Texto 1
A Bela Adormecida
- Charles Perrault
Na festa do
batismo da tão desejada princesa, foram convidadas 12 fadas e como madrinhas
desta ofereceram-lhe como presentes a beleza, o talento musical, a
inteligência, entre outros valores apreciados.
No entanto, uma
velha fada que foi negligeciada, porque o rei apenas tinha doze pratos de ouro,
interrompeu o evento e lançou-lhe como vingança um feitiço cujo resultado
seria, ao picar o dedo num fuso, a morte quando a princesa atingisse a idade
adulta. Porém restava o presente da 12ª fada. Assim sendo, esta suavizou a
morte, transformando o maldição da princesa para cem anos de sono profundo, até
que seja despertada pelo primeiro beijo oriundo de um amor verdadeiro.
O rei proibiu
imediatamente qualquer tipo de fiação em todo o reino, mas em vão. Quando a princesa
contava 15 anos, descobriu uma sala escondida num torreão do castelo onde
encontrou uma velha a fiar. Curiosa com o fuso pediu-lhe para a deixar fiar,
picando-se nesse mesmo instante. Sentiu então o grande sono que lhe foi
destinado e, ao adormecer, todas as criaturas presentes no castelo adormeceram
juntamente, sob o novo feitiço da 12ª fada que tinha voltado entretanto. Com o
tempo, cresceu uma floresta de urzes em torno do castelo adormecido, isolando-o
do mundo exterior e dando uma morte fatal e dolorosa nos espinhos a quem
tentasse entrar. Assim muitos príncipes morreram em busca da tal Bela
Adormecida cuja beleza era tão falada.
Após cem anos
decorridos, um príncipe corajoso enfrentou a floresta de espinhos, mesmo
sabendo da morte de outros tantos, e consegiu entrar no castelo. Quando
encontrou o quarto onde a princesa dormia, estremeceu de tal maneira ao ver a
sua beleza, que caiu de joelhos diante o seu leito. Ele beijou-a e ela acordou
finalmente. Então todos no castelo acordaram e continuaram onde haviam parado à
cem anos atrás. O conto termina aqui, na boda do príncipe, com a famosa frase e
viveram felizes até ao fim dos seus dias.
Texto 2
A roupa nova do
imperador - Hans Christian Andersen
Um alfaiate pobre,
de terras distantes, diz a um determinado rei que poderia fazer uma roupa muito
bonita e cara, mas que apenas as pessoas mais inteligentes e astutas poderiam
vê-la. O rei, muito vaidoso, gostou da proposta e pediu ao alfaiate que fizesse
uma roupa dessas para ele.
O alfaiate recebeu
vários baús cheios de riquezas, rolos de linha de ouro, seda e outros materiais
raros e exóticos, exigidos por ele para a confecção das roupas. Ele guardou
todos os tesouros e ficou em seu tear, fingindo tecer fios invisíveis, que
todas as pessoas alegavam ver, para não parecerem estúpidas.
Até que um dia, o
rei se cansou de esperar, e ele e seus ministros quiseram ver o progresso do
alfaiate. Quando o falso tecelão mostrou a mesa de trabalho vazia, o rei
exclamou: "Que lindas vestes! Você fez um trabalho magnífico!",
embora não visse nada além de uma simples mesa, pois dizer que nada via seria
admitir na frente de seus súditos que não tinha a capacidade necessária para
ser rei. Os nobres ao redor soltaram falsos suspiros de admiração pelo
trabalho, nenhum deles querendo que achassem que era incompetente ou incapaz. O
alfaiate garantiu que as roupas logo estariam completas, e o rei resolveu
marcar uma grande parada na cidade para que ele exibisse as vestes especiais. A
única pessoa a desmascarar a farsa foi uma criança, que gritou:
-O rei está nu!
O grito é absorvido por todos. O Imperador se encolhe,
suspeitando a afirmação é verdadeira, mas se mantém-se orgulhosamente e
continua a procissão.
Texto 3
O menino e o padre
- Conto regional do Nordeste (autor desconhecido)
Um padre andava
pelo sertão, e como estava com muita sede, aproximou-se duma cabana e chamou
por alguém de dentro. Veio então lhe atender um menino muito mirrado.
- Bom dia meu
filho, você não tem por aí uma aguinha aqui pro padre?
- Água tem não
senhor, aqui só tem um pote cheio de garapa de açúcar! Se o senhor quiser... -
disse o menino.
- Serve, vá
buscar. - pediu-lhe o padre.
E o menino trouxe
a garapa dentro de uma cabaça. O padre bebeu bastante e o menino ofereceu mais.
Meio desconfiado, mas como estava com muita sede o padre aceitou. Depois de
beber, o padre curioso perguntou ao menino:
- Me diga uma
coisa, sua mãe não vai brigar com você por causa dessa garapa?
- Briga não
senhor. Ela não quer mais essa garapa, porque tinha uma barata morta dentro do
pote.
Surpreso e
revoltado, o padre atira a cabaça no chão e esta se quebra em mil pedaços. E
furioso ele exclama:
-Moleque danado,
por que não me avisou antes?
O menino olhou
desesperado para o padre, e então disse em tom de lamento:
- Agora sim eu vou
levar uma surra das grandes; o senhor acaba de quebrar a cabacinha de vovó
fazer xixi dentro!
Texto 4
O Assalto - Carlos
Drumond de Andrade
A casa luxuosa no
Leblon é guardada por um molosso de feia catadura, que dorme de olhos abertos,
ou talvez nem durma, de tão vigilante. Por isso, a família vive tranqüila, e
nunca se teve notícia de assalto a residência tão protegida.
Até a semana
passada. Na noite de quinta-feira, um homem conseguiu abrir o pesado portão de
ferro e penetrar no jardim. Ia fazer o mesmo com a porta da casa, quando o
cachorro, que muito de astúcia o deixara chegar até lá, para acender-lhe o
clarão de esperança e depois arrancar-lhe toda ilusão, avançou contra ele,
abocanhando-lhe a perna esquerda. O ladrão quis sacar do revólver, mas não teve
tempo para isto. Caindo ao chão, sob as patas do inimigo, suplicou-lhe com os
olhos que o deixasse viver, e com a boca prometeu que nunca mais tentaria
assaltar aquela casa. Falou em voz baixa, para não despertar os moradores,
temendo que se agravasse a situação. O animal pareceu compreender a súplica do
ladrão, e deixou-o sair em estado deplorável.
No jardim ficou um
pedaço da calça. No dia seguinte, a empregada não entendeu bem por que uma voz
pelo telefone, disse que era da Saúde Pública e indagou se o cão era vacinado.
Nesse momento o cão estava junto da doméstica, e abanou o rabo,
afirmativamente.
Texto 5 - Chapeuzinho Vermelho
Uma garota conhecida como Chapeuzinho Vermelho atravessa a
floresta para entregar uma cesta de mel (bolos, doces ou outros dependendo da
versão) para sua avó que mora do outro lado do bosque. A menina toma o caminho,
onde é vista pelo lobo-mau, que a segue, chegando à casa da avó primeiro e
devorando a velhinha completamente. Então, se veste com suas roupas e aguarda
Chapeuzinho na cama da avó. Quando a menina chega, acontece o famoso diálogo
com o lobo:
—Por que esses olhos tão grandes? Então
ela é respondida:
—Ó minha querida, são para te enxergar melhor
—Por que essas orelhas tão grandes?
—São para te ouvir melhor.
—E por que essa boca tão grande?
—É para te comer!!!
Neste momento, o lobo revela-se e devora a Chapeuzinho. Enquanto na versão de Perrault a história termina aqui, sem final feliz, na versão de Grimm o conto segue desta forma:
—Ó minha querida, são para te enxergar melhor
—Por que essas orelhas tão grandes?
—São para te ouvir melhor.
—E por que essa boca tão grande?
—É para te comer!!!
Neste momento, o lobo revela-se e devora a Chapeuzinho. Enquanto na versão de Perrault a história termina aqui, sem final feliz, na versão de Grimm o conto segue desta forma:
Então, um caçador que
passava por ali ouve os roncos do lobo, e o encontra dormindo na cama da vovó.
O caçador abre a barriga do lobo adormecido de onde saem Chapeuzinho e sua avó
ainda vivas, colocando pedras no lugar, a medida que o lobo acorda e morre
tentando fugir.
Texto 6
Velhos Fantasmas – L.F. Riesemberg
Em um empoeirado sótão, os fantasmas discutiam uma forma
de assombrar seu casarão para afugentar os novos moradores. “Há uma semana
esses vivos se mudaram, e nem perceberam que moramos aqui. Vocês nada
aprenderam em todos esses séculos?” – perguntou o mais velho do grupo.
“Acho que estão ocupados com a mudança, senhor, e não
tiveram tempo de prestar atenção” – disse outro espírito, otimista.
Um terceiro fantasma manifestou-se: “Bem, acho que é hora
de tocar um pouco de piano à noite. Quando eles virem as teclas se movendo
sozinhas, vão fugir correndo”.
"O que? Você acha que já não tentei isso?” –
perguntou um pequeno fantasma que saiu do baú. “Na noite passada toquei todos
os Noturnos de Chopin, e você pensa que eles ouviram? O marido saiu para
trabalhar à noite. A mulher tomou sedativo e não ouviu uma só nota do meu
concerto. E o filho deles passou a madrugada acordado no quarto, na frente do
computador, com fones de ouvido!”.
Pensativo, o fantasmagórico chefão quis saber o que mais
já fora tentado. Uma entidade levantou timidamente o dedo e passou a relatar.
"Como de hábito, ocupei-me da biblioteca. Abri e
fechei as gavetas, folheei os livros, rabisquei o quadro negro, tudo como dita
o costume”.
“E que resultados obteve? Deixou alguém em pânico?”.
"Infelizmente, ninguém adentrou lá ainda.
Creio que não gostam de ler”.
“Mas era só o que
me faltava!” – gritou o velho. “E você aí?” – apontou para outro desencarnado
que participava da assembleia. “O que fez para ajudar?”. O jovem espectro,
desligado do mundo dos vivos há menos tempo que seus companheiros, engoliu em
seco, e disse:
“Me perdoe a franqueza, mas acho que estamos encrencados.
Mesmo tentando os meios mais avançados de assombração, não tenho conseguido
nada. Já cheguei a aparecer na tela do computador do rapaz e lhe pregar um
susto com a careta mais sombria que consegui, mas o máximo que aconteceu depois
foi ele rir, dizendo que já tinha caído nesse truque antes”.
Um desânimo começava a contagiar a todos, até que um
deles sugeriu:
“E se juntássemos as nossas economias de ectoplasma e
materializássemos um de nós? Nunca falha!”. O que foi respondido por outra
visagem:
“Aquilo já está com a validade vencida! Além do mais, se
eles filmarem uma aparição dessas vão colocar as imagens na tal internet, e daí
sim que nosso sossego termina de vez”.
“Então o jeito é ficar com eles. Este sótão até que é
grande”.
“Pode esquecer! Já ouvi que vão reformar e transformar
isto aqui em um estúdio de gravação de músicas”.
“Oh, não daquelas músicas que o menino ouve, por favor!”
– lamentaram-se.
Porém, apesar da aparente derrota a que os pobres mortos
pareciam estar fadados, um brilhante espírito teve uma ideia bastante simples e
eficaz: interferir na atmosfera ao redor da casa, impedindo que se chegassem
quaisquer sinais que fizessem funcionar a internet, os celulares e os canais da
televisão via satélite.
Em duas semanas os moradores deixaram o local.
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ResponderExcluirTexto 3 O menino e o padre. Equipe:Sara, Julia, Natalia Hugen, Gabriela, Carol, Sophia, Maitê. Eu achei muito interessante pois é um conto humorístico, bem elaborado e de fácil compreensão.
ResponderExcluirGostei do conto 5 :Chapeuzinho Vermelho ! Gostei desse conto porque ele , como na maioria dos contos , nao termina em "Felizes para sempre " ! Bem elaborado e é facil de entender ! Grupo : Júllia , Maite , Natalia Hugem , Gabriela , Sara , Carolina e Sofia!
ResponderExcluirGostei dos contos Bela Adormecida e Chapeuzinho Vermelho, pois são contos bem elaborados e legais. Esses contos são antigos, mas ainda são lidos.E isso é o interessante.
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